Colho
o mel dos teus olhos
tecido na minha ternura impaciente. Lavo-te os dias
e deixo-os incólumes
nos seus traços de carvão certeiro. Deixo-te a angústia tão nítida como a desenhaste
o fio do lápis sem fim, nem semanas
deixo-te os meses, os anos
com os traços fortes intactos. Só levo um pouco do mel
que vais derramando
sedento
pedindo timidamente
o seio.
O blogue tem a proposta de divulgar e valorizar a poesia universal sempre com ilustrações que procuram enaltecer a beleza feminina e respeitando sempre os autores das obras aqui postadas. "O único jeito de suportar a existência é mergulhar na literatura como numa orgia perpétua". ( Gustave Flaubert )
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junho 19, 2018
junho 10, 2018
CARNE E OSSO (Humberto Effe & Luiz Gustavo)
Você é minha cadeia, enjaulado fico preso no seu corpo
Você me caça em suas teias como seu escravo,
Selvagem não me canso
Pra que fugir, me entregar, me entregar é a única saída
Como seu escravo me perdi na sua selva.
Meu coração Meu coração
Preso nessa cela abre as pernas da sua paixão.
O mundo anda mal, mas sou eu que não presto
Sou resto de um ideia, de uma outra rebeldia
O povo dessa cela se balança de alegria
Vejo a tristeza se encharcar de euforia.
Bamba balança balança suas rédeas
Querem o meu leite e o suor das minhas tetas
Você me encontrou e fechou todas as portas
Bebe do meu leite e do suor das minhas tetas.
Enquanto feras estão soltas, você me tortura a cada carência
A cada violento arranhão
Se pensa que isso é paixão, esqueça.
Certas coisas não se sentem só no coração
Será que alguém entende o meu amor?
Você deve compreender o meu estranho jeito de ser demente
Escravo do seu corpo
DOCE DE NÓS (Marina Lima)
Qual de nós
Vai olhar o placar
Quem vai decidir
Já raiou
E eu prefiro cozinhar
Restos da calda de mel.
Que serviu
Pra nós dois
Outros tempos assim
Já nos adoçou
Eu por mim
Te apertava contra mim
Até essa dor flutuar.
É um jogo violento
É meio mal versus bem
Vamos ficar atentos e nos darmos bem
O amor as vezes pira
E gosta de provocar
Causa as maiores brigas
Só pra testar o ar.
Então passe o sal
Ou desligue o motor
Só não saia daqui
Vem reinar a medida do amor
Vem me invadir.
junho 01, 2018
TREM DO PANTANAL (Geraldo Roca - Paulo Simões )
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
As estrelas do cruzeiro fazem um sinal
De que este é o melhor caminho
Pra quem é como eu, mais um fugitivo da guerra.
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
O povo lá em casa espera que eu mande um postal
Dizendo que eu estou muito bem vivo
Rumo a Santa Cruz de La Sierra.
Enquanto este velho trem atravessa o pantanal
Só meu coração está batendo desigual
Ele agora sabe que o medo viaja também
Sobre todos os trilhos da terra.
Pintura de Mauricio Saraiva)
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