Vem só,
Rasgando as
Cortinas da noite branca,
Por dentro da neve,
Trazer-me o amanhecer.
Cortinas da noite branca,
Por dentro da neve,
Trazer-me o amanhecer.
Reencontrar a paixão,
Perdida no silêncio do olhar,
No meio das tempestades de areia e vento.
Vem só,
Com os teus cabelos de anjo,
Consumir as horas
Que deixei nos teus lábios,
Nas tuas palavras de lume e de seda.
Perder-me no teu corpo de mar,
Esculpido nas rochas,
Que nunca conheceu o jardim das trevas.
Vem,
Rompendo o silêncio da noite,
Descendo os degraus
De uma escada sem fim,
Mostrar-me o amor dos paraísos perdidos.
Ouvir cantar o pássaro das estrelas,
Embarcar neste barco que parte,
Ninguém sabe para onde.
Quero regressar a ti,
Com a primeira pedra
Do tempo dos sonhos,
Para que lhe toques e sintas
Que já podes secar as lágrimas.
E na doçura das palavras murmuradas,
Trocaremos fantasias, assassinamos o tempo,
Com medo que deixe de ser nosso.
Vim só,
Pelos caminhos que percorríamos
Ao fim da tarde,
Com a desculpa de nos termos perdido,
A pensar que um dia as tuas lágrimas
Caíram pela terra e chamaram pelo meu nome.
Aproxima-se um vento de bruma,
E as linhas do teu corpo, fechadas na moldura,
Por vezes, têm o sabor da eternidade.
(Paulo Eduardo Campos)
(Paulo Eduardo Campos)