Seguidores

01/08/2017

POEMA SEM TÍTULO (Maria Rezende)
Adoro pau mole.
Assim mesmo.
Não bebo mate
não gosto de água de coco
não ando de bicicleta
não vi  ET
e adoro pau mole.

Adoro pau mole
pelo que ele expõe de vulnerável
e pelo que encerra de possibilidade.

Adoro pau mole
porque tocar um pressupõe a existência
de uma intimidade e uma liberdade
que eu prezo e quero, sempre.

Porque ele é ícone do pós-sexo
(que é intrínseca e automaticamente
– ainda que talvez um pouco antecipadamente)
sempre um pré-sexo também.

Um pau mole é uma promessa de felicidade
sussurrada baixinho ao pé do ouvido.

É dentro dele,
em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,
que mora o pau duro e firme com que meu homem me come.