Abro páginas,
rompo silêncios
na margem
ondulada dos teus cabelos.
Sei de cor a outra margem
do rio onde te demoras
como casa alucinada que percorro.
Vagueio o corpo alucinado,
farrapo nos ventos
das nossas memórias.
Cobrem as paredes
e vivem nas janelas da fome
da pele onde não pernoitas.
Num dia sem horas
esperarei por ti
vestida de laços brancos como os silêncios
por desatar.
E será noite e manhã no limiar
das palavras de um poema