Volto às palavras resguardadas no útero dos sonhos.
Uma caligrafia exasperada quer ofuscar o brilho
em meus olhos, exaustos de procurar
a estrela d’alva no infinito do amanhecer.
Dobro-me sobre as páginas em que me escrevo.
Como se fora uma serpente, rastejo as letras
com sílabas átonas para não desfocar a minha voz,
quase ilícita, quando me refugio na paisagem
para habitar as múltiplas geografias das sedes eternas.
Bebo a tragos longos a própria sede e choro a tristeza