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11/03/2024

SONETO PERDIDO ( Natalia Klussmann )

Vês! Exibo-me totalmente nua
A pele ardente brilha em plena espera
Deslizo um dedo ou dois — sou pantera –
Uma fera incendiada, toda sua.

Entregue às carícias mais féericas
Na palma da minha mão sua carne crua
Lateja, sôfrega, goteja e flutua
E aninho seu mastro entre as minhas pernas.

“Vai, engole! Sua vadia, piranha!
Meto a piroca e acabo com a sanha
Soco sem dó, arrebento sua greta!”

A mão que amordaça é a mesma bate
Mas essa é a ordem da sociedade
Então, escarra no meu sexo e me beija.