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21/11/2023

NUDEZ, in PEQUENO SANGUE ( Maria F. Roldão )

 Pelo eixo central do roupão

deixo cair o corpo
em cima do tapete.
Fica o pano grosso,
em pé - esvaziado de carne e ossos -
a olhar para mim.
Mais coragem não tenho para
ocultar-me dentro.
O azul-escuro do trapo alcança-me
com os olhos
e ri .
Preciso de pensar com absoluta nudez -
ideologias, cismas, tensão
e arbítrio
são fibras que me pesam.