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agosto 03, 2024

PÉROLAS DE UM TEMPO ( Lília Tavares )

 As fotografias que nunca emoldurei,

pérolas de um tempo próximo das pedras,
deixam-se ficar entre jornais, amores e poeira.

 Arde comigo a memória do papel dado ao vento.
Da nossa passagem permanecerá
a penumbra das noites seguidas de silêncio.

Incendeia-me na nudez das tuas mãos,
barco sem remos arrancado às areias.
Enlouqueço à sombra de diamantes e ferrugem.