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agosto 16, 2024

SEDUZ ( Iara Maria Carvalho )

 feitiça de longe

amaciando palavras de barro:

flores atacadas por saúvas
cajus travados na garganta
silêncio insinuando sonhos.

se me dá uma água de beber
bem no meio do deserto,
o vestido desce ao chão
arrastando nu tecido
(pernas, poemas, estrelas)

escapa das mãos
um primitivo toque cigano
adivinhando o cheiro de vinagres e desejos.

irrigada de águas agridoces,
minha boca amanhece com seu nome dentro.