Do seu corpo guardo o cheiro a fêmea,
a mulher que me conteve de lés a lés
sempre que seus olhos me incendiavam
somente para me salvar.
Ainda lhe ofereço as mesmas flores,
e ao entardecer
por vezes visito seu sono
com poesia entre mãos
chuvas escorrendo saudade pelo rosto.
Sento-me no verde do chão
e creio que por um instante
mais veloz que o vento
sinto o palpitar suave de um coração.
É quando parto inaugurado de luz
desta ausência gritante de silêncio
que guardo em segredo.