com as mãos
construo
a saudade do teu corpo
onde havia
uma porta
um jardim suspenso
um rio
um cavalo espantado à desfilada
com as mãos
descrevo o limiar
os aromas subtis
os longos estuários
as crinas ardentes
fustigando-me o rosto
a vertigem do apelo nocturno
o susto
com as mãos
procuro ainda colher o tempo
de cada movimento do teu corpo
em seu voo
e por fim destruo
todos os vestígios (com as mãos)
brusca-