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13/01/2025

COM AS MÃOS ( Eduíno de Jesus )

 com as mãos

construo
a saudade do teu corpo
onde havia

uma porta
um jardim suspenso
um rio
um cavalo espantado à desfilada

com as mãos
descrevo o limiar
os aromas subtis
os longos estuários

as crinas ardentes
fustigando-me o rosto
a vertigem do apelo nocturno
o susto

com as mãos
procuro ainda colher o tempo
de cada movimento do teu corpo
em seu voo

e por fim destruo
todos os vestígios (com as mãos)
brusca-
mente