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01/04/2025

Lília Tavares

 

Agora que o orvalho dos teus silêncios

se estendeu sobre a folhagem rubra

no ardor desta terra de ninguém,

despeço-me de mim, meu amor.

Sei que a manhã continuará com danças

a seduzir a tua boca, flor

do meu arrebatamento. No meu lugar.

Como chão aberto às sementes de mim,

vem beber a nocturna nudez das uvas.