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20/04/2025

À HORA DOS CARDOS ( Edgardo Xavier )

 Chegas ao meu corpo


à hora agreste dos cardos

e sobes em maré
vermelha

alucinada

Ardo no teu fogo até que a sede
se cale

e o caminho se dilua na noite

serena


Só depois dispo o tempo

e a pele onde também te guardava


Persistes

A memória não se mata

nem se trava o coração