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novembro 13, 2016

O OLEIRO ( Pablo Neruda )
Há em todo o teu corpo 
uma taça ou doçura a mim destinada. 
Quando levanto a mão 

encontro em cada lugar uma pomba
que andava à minha procura, como
se te houvessem, meu amor, feito de argila
para as minhas mãos de oleiro.

Os teus joelhos, os teus seios,
a tua cintura,
faltam em mim como no côncavo
duma terra sedenta
a que retiraram
uma forma,
e, juntos,

estamos completos como um só rio,
como um só areal. ( Pablo Neruda, in "Os Versos Do Capitão" )