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dezembro 11, 2016

COLADA  À  TUA  BOCA  ( 
Hilda Hilst )

Colada à tua boca a minha desordem. 
O meu vasto querer. 
O incompossível se fazendo ordem. 
Colada à tua boca, mas descomedida 
Árdua 
Construtor de ilusões examino-te sôfrega 
Como se fosses morrer colado à minha boca. 
Como se fosse nascer 
E tu fosses o dia magnânimo 
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer. 



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