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08/06/2017

BUGRE ( Luhli & Lucina )


Bugre perdido na luz de neon
herói de vídeo game, fera mineral 
armo a garganta e acendo o tambor 
guerreando no som também se faz amor 
espalha o medo que afia a coragem 
que a carne tem um fraco pela dor 
a hora vai chegar os gelos descerão 
e as trombetas tocarão 
um tema vulgar, banal 
couraça de pedra, peito de metal.

quebro a maloca, queimo essa palha
brilho de letras que não dizem nada
pedra lascada, ser de Plutão 
sou projeção futurista cro-magnon
pena de arara, olho de gavião
boto o batoque na boca de baton 
me escondo na lama, armo a tocaia
sou jacaré de sapato e de saia
estou inteiro, estou exato
com a teimosia do porco do mato 
e o que se vê não é de sapé 
e o que me vale é a alma de macaco
seios de índia, tez de cunhã
gero o alento e a luz do amanhã.