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13/06/2017

TRANSA DE PALAVRAS (Bruno Barros)


Justifico a poesia desabotoando botões,
Sem ousadas mãos,
Com roupas ao vento e
Seus joelhos ao chão.

Na tranquilidade de nossa cama
Entrelaçou-me em pernas brancas.
Entre os macios dedos e toques
Lábios meus nos seios teus.

Com nossas sujas palavras,
Quão tórridos fomos intensos.
Desde o alto calor imponente,
À malícia sempre presente.

Comia-me com pequenos olhares,
Dominando-te com euforia,
Fazendo banquete no sexo meu,
Molhando-o com doce saliva.

Genuína vida perfumada
Junto a teus baixos encantos.
No caminho da flor desabrochada,
Minha língua adentrava.

Mas é apenas penetrando bem fundo,
Chegando à essência nossa,
Que sabemos como foi complicado:
Tornar duas almas em uma,
Adentrar em ti,
Ser bem amado.

Embriagou-me o íntimo,
Com o presente suor metido.
Criando música em meus ouvidos,
Ritmando seus gemidos.

E prestes a explodir,
Manchamos o ardente lençol,
Contraindo pés e mãos,
Numa gozada conclusão,
De que nós chegamos ao fim.