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13/06/2017

TUA AUSÊNCIA (Celso  Brasil)
Tua ausência deitou-se comigo
Nesta noite de ares enfadonhos.
Tocou minh’alma. Toque incisivo.
Penetrando tocou meus sonhos.

Tua ausência abraçou todo meu ser,
Senti aquela que não mais existe.
Despertou-me friamente ao amanhecer,
Mostrando-me um quarto vazio e triste.

Tua ausência caminhou pela sala.
Encarnou-se em teu belo retrato
No quadro sombrio que deixaras
Na angustiosa saudade emoldurado.

Tua ausência plantou-se no jardim,
Cravando raízes profundamente.
Crescendo ao lado dos jasmins,
Espalhando mais tuas sementes.

Tua ausência pôs música no ar,
Antigos sons que te recordam.
Lágrimas dos olhos a jorrar.
Tempos belos que não retornam.

Tua ausência enfim, presente se fez.
Por todo tempo comigo ficou.
Triste verbo bardo para sempre, talvez.
Neste poeta se incorporou.