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novembro 17, 2017

SONETO DO AMOR IMPURO (Goulart Gomes)


Já te comi com os olhos e com as mãos
antropofagia étnica, incesto de irmãos
sei que não raspas teus púbicos pelos
corta-os baixinhos, aparas os cabelos.

Conheço cada ondulação da tua bunda
onde teu ventre se alarga e onde se afunda
qual dos teus seios tem maior volume
e como a tua ira de gozo se assume.

Ao banho, onde primeiro tocas o sabonete
a quantas fricções respiras em falsete
deixando a água ser um outro, teu.

E se em tua corte fui só mais um bobo
trago comigo um real consolo:
quem mais te possuiu fui eu.