Porque esse teu desdém foi bem maior que todos os insultos
volto a fazer piruetas no meu jardim,
bebo limonadas aconchegadas de ausência
em toda as enseadas,
alegria.
Sabes, foi ali, onde tantas vezes nos demos
que o mar colapsou
e porque nada nos suportaria a poesia,
toma nota das palavras esculpidas na imensa embriaguez
de já não reconhecer meu sangue derramado num beco qualquer
Toma nota de todas as palavras repetidas
lambendo mel,
sufocadas de nada
que me fazem beijar a fé e toda a dor
de um filho tão desejado
mas jamais parido.
Toma nota deste meu cansaço,
concede-me liberdade.