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28/02/2025

ERAM DE MARFIM ( Célia Moura )

 Eram de marfim

as asas das andorinhas
onde aprendi a sussurrar
teu nome,
tal como de cobre
teus imensos cabelos
onde ainda hoje habitam meus dedos
mulher amada,
musa por minhas mãos
adorada!
Tuas lágrimas
sei-lhes o sabor
tal como sei o odor
dos teus seios de abandono
onde deixei repousar a vida.
Do teu ventre guardo o êxtase
e a loucura onde sempre
me perdi,
pássaro azul rodopiando infinito,
contemplação absoluta por ti,
em ti.
Absolvição plena
nossos corpos perdidos um no outro
onde já não jazem rosas,
nem tulipas negras ou frescas açucenas,
onde só existo eu e sementes nossas.
Até já meu amor!