Chamo-te hoje
Êxtase de te revelar segredos
E te acolher no ventre, ó vagabundo
Entre o pranto e o anoitecer
Estremecendo vagas de solidão em aguaceiros de poesia.
Ó desconhecido de todos os desalentos
Escancarando vida no umbral da porta
Imaginei-te somente!
E, guardiã da tristeza intrínseca
Baptizei-te alento
Prenúncio de temporal.
Grito-te ainda
Porque o silêncio a bailar entre risonhos girassóis
É o tempo mais sublime
Ânsia de nossos corpos esculpidos
Num sopro de infinito.