Com a arte dos olhos
arrancar o vestido
Depois de desnudo
massajar o corpo trémulo e aceso
com a lentidão de uma lesma.
No porto dos ouvidos
atracar a imoralidade dos verbos
pequenas canoas de volúpia.
Hasteada a retesada bandeira
examinar à beijos a obra de um deus
e sobre as gigantescas ondas do mar
surfar com a língua prancha.
E só depois de ébrio de prazer
colher lambifoneticamene
nos umbigos de poço
o gozo da última gota de champanhe
ou levar a língua de abelha
a extrair o néctar da rosa de fogo
que me acena por entre o triângulo do vestido.
E já depois do insalivar processo
irrompendo a infinita castidade das siameses coxas
qual camelo a passar pelo buraco dàgulha
umàldeia antes dos países de baixo
levantar voo em direcção ao mistério
“(IN)TE(N)SÃO VS INTENÇÃO”