Seguidores

26/01/2017

GOZO VIII (Maria Tereza Horta)


Em cada canal
a sua veia

o veio que entumesce
no fundo da sua teia.

Em cada vento
o seu peixe
no tempo que a água tenha

sedosa na sua sede
viciosa em sua esteira.

Da seda
o tacto e o suco
dos lábios à sua beira

como se fosse um beiral
do corpo
p'ra língua inteira

ou o lugar para guardar
o punhal
que se queira.

Em cada punho
o seu ócio

um cinzel
de lisura

com a doçura do pranto
da prata e bronze
a secura.

O travesseiro não apoia
as pernas já afastadas
mas ajusta as ancas dadas.

Escalada
que se empreende na pele das tuas nádegas

Em cada corpo há o tempo
no gozo da sua adaga.

Mas só no teu há o espasmo
com que o teu pénis
me alaga.