O nosso amor une-se subterrâneo
como as mãos agretadas de trabalho,
como os grãos de milho serodio,
como o río que no poço desemboca!
Nosso amor, sinal acesa nos espaços,
como os olhos que se abrem e se fecham,
como as lilás que tardias arrecendem,
como labres que se bicam fondamente!
O nosso amor, águas navegaveis surcando
nos seios frondosos da selvagem,
plenitude azul de tudos os anseios.
O nosso amor que se une subterrâneo
nas noites furiosas dos abraios,
fértil arvoreda na Fraga dos Esqueços.
E nom navego mais rio que o teu corpo!