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17/01/2024

E NÃO NAVEGA MAIS RIO QUE SEU CORPO ( Antom Laia López )

 O nosso amor une-se subterrâneo

como as mãos agretadas de trabalho,
como os grãos de milho serodio,
como o río que no poço desemboca!

Nosso amor, sinal acesa nos espaços,
como os olhos que se abrem e se fecham,
como as lilás que tardias arrecendem,
como labres que se bicam fondamente!

O nosso amor, águas navegaveis surcando
nos seios frondosos da selvagem,
plenitude azul de tudos os anseios.

O nosso amor que se une subterrâneo
nas noites furiosas dos abraios,
fértil arvoreda na Fraga dos Esqueços.

E nom navego mais rio que o teu corpo!