Pode a noite doer
se as mãos tocarem a sua própria pureza
e houver um ponto negro ao centro
Quando no pulso
parece crescer uma pequena solidão
como se o espaço se afastasse e de repente
um véu cobrisse
todas as memórias futuras
Pode a noite tremer assim
para que os muros se abram ao meio
Para que a transparência dos gestos
publique essa mímica oculta