Canta-me um novo hino
Amor
Enquanto as outonais folhas
Nos afagam os corpos quentes
Enlaçados num murmúrio de vento.
Só a lua nos contempla, só ela poderá abençoar
O filho que de nós há-de brotar,
Aqui neste chão de chuva,
Nesta terra que já foi de lavra.
Meus ancestrais nos saúdam
Com um vinho novo
Bebamos amado,
Bebamos da mesma colheita
Eis a celebração da Vida!
Saciemos finalmente nossa sede,
Longínqua ficou a travessia pelo deserto…
Sejamos gratos à Luz que nos guiou,
Prestemos vénias,
Cantemos um novo hino!
Cobre-me somente com teu corpo
Meu instinto,
Nada mais preciso, nada mais insisto.
Permanecer lavra de ti, ser útero, ser semente.