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novembro 15, 2016

TEUS  SEIOS
Poema de J. G. de Araujo Jorge, extraído do livro

Poemas do Amor Ardente - 1961
Teus seios quando os sinto, quando os beijo
na ânsia febril de amante incontentado,
são pólos recebendo o meu desejo,

nos momentos sublimes de pecado.
E às manhãs quando acaso, entre lençóis

das roupagens do leito, saltam nus,

lembram, não sei, dois lindos girassóis

fugindo à sombra e procurando a luz!
Florações róseas de uma carne em flor

que se ostenta a tremer em dois botões

na primavera ardente de um amor

que vive para as nossas sensações.
Túmidos, cheios,

palpitantes, como

dois bagos do teu corpo de sereia

tem um rubro botão em cada pomo

como duas cerejas sobre a areia.
Quando os tenho nas mãos. Quantas delícias!

Arrepiam-se, trêmulos , sensuais,

e ao contato nervoso das carícias

tocam-me o peito como dois punhais!
Meu lúbrico prazer sempre consolo

na carne destas ondas revoltadas,

que são como taças emborcadas

no moreno inebriante do teu colo.