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março 29, 2017

VENHO  DE  LONGE
(José Saramago)
Venho de longe, longe, e canto surdamente 

Esta velha, tão velha, canção de rimas tortas, 
E dizes que a cantei a outra gente, 
Que outras mãos me abriram outras portas: 

Mas, amor, eu venho neste passo 
E grito, da lonjura das estradas, 
Da poeira mordida e do tremor 
Das carnes maltratadas, 

Esta nova canção com que renasço.
(Pintura de Vicente Romero)




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