ESCRAVA (Lílian Maial)
Teu amor me fez escrava de teus desejos
Acorrentada à doce paixão de te querer
Serviçal mais prendada por teus beijos
Submisso brinquedo do teu prazer.
Teu amor marcou meu corpo a ferro e fogo
Açoitou-me em carícias torturantes
Amarrou-me e vendou-me no teu jogo
Extraiu de mim centelhas faiscantes.
Teu amor lanhou-me o peito em carne viva
Deixando o seio teso, o ventre em brasa
Extenuada, por mucamas recolhida
Fui morar na senzala de tua casa.
Teu amor, cruel feitor, prendeu-me ao tronco
Castigando-me, impiedoso, a ousadia
De tentar sobreviver sem teus encantos
De sonhar fugir dessa prisão um dia.
Teu amor, enfim, me libertou a alma
Alforriou meus sofrimentos nesse encontro
Tornou-me livre, santa, bela, calma
Fez de mim senhora, rainha de teu quilombo.
Acorrentada à doce paixão de te querer
Serviçal mais prendada por teus beijos
Submisso brinquedo do teu prazer.
Teu amor marcou meu corpo a ferro e fogo
Açoitou-me em carícias torturantes
Amarrou-me e vendou-me no teu jogo
Extraiu de mim centelhas faiscantes.
Teu amor lanhou-me o peito em carne viva
Deixando o seio teso, o ventre em brasa
Extenuada, por mucamas recolhida
Fui morar na senzala de tua casa.
Teu amor, cruel feitor, prendeu-me ao tronco
Castigando-me, impiedoso, a ousadia
De tentar sobreviver sem teus encantos
De sonhar fugir dessa prisão um dia.
Teu amor, enfim, me libertou a alma
Alforriou meus sofrimentos nesse encontro
Tornou-me livre, santa, bela, calma
Fez de mim senhora, rainha de teu quilombo.