VOLÚPIA (Dagmar Pinto)
Quinze anos. Mal despontam, insinuantes,
E cobertos de gaze transparente,
Despertando-nos um desejo ardente
Rígidos, seios alvos, tremulantes.
Tem nos olhos um brilho reluzente.
Vendo-os fitos em mim, claros, vibrantes,
Sinto invadir-me as carnes delirantes
A chama da volúpia, de repente.
Ah! se humano olhar a alma devassasse,
Talvez grande castigo me esperasse
Se descendesse de algum tronco régio.
Mas, o desejo da carne não reprime:
Se desejá-la constitui crime
Deixar de desejá-la é um sacrilégio.
E cobertos de gaze transparente,
Despertando-nos um desejo ardente
Rígidos, seios alvos, tremulantes.
Tem nos olhos um brilho reluzente.
Vendo-os fitos em mim, claros, vibrantes,
Sinto invadir-me as carnes delirantes
A chama da volúpia, de repente.
Ah! se humano olhar a alma devassasse,
Talvez grande castigo me esperasse
Se descendesse de algum tronco régio.
Mas, o desejo da carne não reprime:
Se desejá-la constitui crime
Deixar de desejá-la é um sacrilégio.