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30/05/2017

VOLÚPIA (Dagmar Pinto)
Quinze anos. Mal despontam, insinuantes, 
E cobertos de gaze transparente, 
Despertando-nos um desejo ardente 
Rígidos, seios alvos, tremulantes.

Tem nos olhos um brilho reluzente. 
Vendo-os fitos em mim, claros, vibrantes, 
Sinto invadir-me as carnes delirantes 
A chama da volúpia, de repente. 

Ah! se humano olhar a alma devassasse, 
Talvez grande castigo me esperasse 
Se descendesse de algum tronco régio. 

Mas, o desejo da carne não reprime: 
Se desejá-la constitui crime 
Deixar de desejá-la é um sacrilégio.