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25/05/2017

SURREALISTA(Carlos Alberto Pessoa Rosa)
cabelos escorridos
caprichar nos bicos
seios rijos
rechear as coxas
apetrechos

nos pelos negros

encaracolar
desejos
escorrer uma fina
depressão
uma dala erótica
um rego

palavras

lavras e cheiros
de fêmea-faminta
lambuzada de um mel
selvagem
da abelha mais nobre
a queimar a língua
a criar um delírio-macho

caldo provado

tornar chamas caladas
derreter
em cinzas

sermos sulco-sumo

uno
fêmea-macho
sem artimanhas
procriadores de efêmeros
nadas
abraçados no pescoço
surrealista de minha poesia.