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janeiro 22, 2018

PARIS (Eugénia  Tabosa)
Caminhavas lento 
o corpo solto 
quase displicente 
à volta do rosto 
cabelos dourados 
pelo sol poente. 

Imaginei-te nu 
qual estátua viva 
apenas saída 
do museu em frente. 

E ali fiquei parada 
no banco da praça 
olhando esquecida 
de encobrir o olhar. 

E fui te despindo 
sonhando acordada 
sem me perguntar 
de tua vontade. 

Passaste sorrindo 
atrasando o andar, 
como se estiveras 
num espelho a entrar.