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março 06, 2017

DESPEDIDA (Adalcinda  Camarão)
Pediste-me qualquer coisa.
Qualquer coisa de meu muito íntimo
que me cobrisse o corpo.
Que me tocasse a pele arrepiada,
E como pra te dar eu não tivesse nada,
E como só a escuridão me envolvesse
pelos olhos, pelos ombros,
pelo ventre morno e mofino,
eu te dei de presente a minha noite enorme,
a minha grande noite sem memória e sem destino!
 

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