Como as raparigas têm segredos,
contas maternas,
náuseas, momentos de crescer
de amor e rosas.
Que sei das palavras?
Num eléctrico a caminho de Massarelos cruzaram as janelas
— jocosas, incontidas, reforçadas —
trazendo a frescura da hortelã
com vernáculos
conduzindo-me de mansarda
em mansarda
como rio ao âmago da condição humana.
As palavras não se querem incensadas
nem ingénuas,
mas cruas,
iluminadas
como o azul da insónia nas janelas.