Tento empurrar-te de cima do poema
O blogue tem a proposta de divulgar e valorizar a poesia universal sempre com ilustrações que procuram enaltecer a beleza feminina e respeitando sempre os autores das obras aqui postadas. "O único jeito de suportar a existência é mergulhar na literatura como numa orgia perpétua". ( Gustave Flaubert )
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setembro 17, 2024
COISAS DE PARTIR ( Ana Luísa Amaral )
IV ( Luiza Neto Jorge )
setembro 16, 2024
EXALTAÇÃO DA PELE ( Natália Correia )
Hoje quero com a violência da dádiva interdita.
Sem lírios e sem lagos
e sem o gesto vago
desprendido da mão que um sonho agita.
Existe a seiva. Existe o instinto. E existo eu
suspensa de mundos cintilantes pelas veias
metade fêmea metade mar como as sereias
WELL FUCKED ( Flá Perez )
É muito bonita essa coisa de língua e dedo,
USE OS MEUS BEIJOS ( Enide Santos )
em possuir você.
setembro 15, 2024
SEU CORPO NU ( Jesús Ángel Morato )
seu corpo nu
no mar.
A onda vai,
brinque com seus seios,
bola e veleiro,
laranja e limão.
A onda vai.
É o suficiente para você.
Eu jogo você de volta.
limão e laranja,
Suas nádegas são meu barco.
Para trás
Eu brinco com seus seios.
Avançar,
Que isso não chegue até você.
No mar,
seu corpo nu
flutua em meu ser.
Eu sou um marinheiro,
embarcou em seu veleiro.
uma onda está chegando
e eu me agarro ao seu pescoço.
No mar,
seu corpo nu
brinca entre meus dedos.
Limão e laranja,
laranja e limão,
e a garota brinca
com os marinheiros.
AMOR ( Carmem Salamanca )
Só porque meus seios cabem
ORAÇÃO ( Juan Gelman )
Habite-me, penetre-me.
Com esta sede me queimando.
A solidão, seus corvos, seus cães, seus pedaços.
PONTO G ( Carmen Matute )
Um sangramento lento
rastreável
até a beleza mais pérfida
ao mistério da carne indefesa
um cego se acorrenta
para a vida
no meio da umidade secreta
fingindo ser uma criatura marinha
ou talvez demônio
cúmplice de um anjo
ganancioso e triste
um sangramento
uma corrente
uma agonia feroz
entre a luz imprecisa e virgem
de um eclipse
lábios e olhos fechados
mas aberto
perdido
florido
setembro 14, 2024
ESPELHO ( Sylvia Plath ) (Tradução: Rodrigo Garcia Lopes e Maurício A. Mendonça)
SONETO DO SONO ( Ruy Espinheira Filho )
OLHANDO AS ILHAS ( Ledusha B. A. Spinardi )
CENA ÍNTIMA ( Ledusha B. A. Spinardi )
ENSINAMENTO ( Adélia Prado )
O CORPO AMOROSO DO DESERTO ( Micheliny Verunschk )
setembro 12, 2024
CONTOS DO JARDIM ( Sofia Lopes )
Já ouvimos esta história
Mil vezes, não ouvimos?
Desponto de teu peito,
Límpida e desnuda
Para alentar tua fome
E aquecer teu frio
Mas os relatos subtraem
O momento em que desabrocho
E, sempre insensato, rompes
Uma costela — precisa, aguda
Para cravá-la em meu dorso
E tingir-me a tez de rubro
(Então jazemos, enredados, mão
Ao pescoço, dentes à pele,
Solo envolto em carmesim
Onde se desfazem os fios
De minha carne —
Logo, sucumbo)
Mas os deuses, sempre ímpios,
Ainda assim me desterram;
Então, deixo os campos
Empíreos — só, à deriva
Para descingir nossos laços
E me livrar de tuas garras
E minhas veias cantam, em tumulto
E alívio, cada vez que percorro
As ruas, pena e espada em punho
E gentil furor em meu seio
Para te lavar de minhas mãos
E te expulsar do meu ventre.