Faz-me vir de novo
orquídea,
girassol,
deserto
ou todas as palavras
que nunca ousaram
os poemas
para ti
paridos!
Sonho que sou barro
em teu sopro,
candeia de azeite
no sobrado
acariciando esses cabelos
anunciados de neve
enquanto me decifras
os mamilos
e sussurras lentamente
– era uma vez…
Era uma vez,
um sémen novo
a escorregar pelas virgens
do Jardim
incensando pelo meu corpo
uma fogueira de rubras rosas
no meu ventre,
champanhe estremecendo-me
o sangue nas artérias
e tango em Buenos Aires
mordendo-me ânsias
beliscando a alma
desassossegando
alvoradas,
enquanto adormeces
nesse teu silabar sereno
– era uma vez…
E saio para a cidade
inaugurada de nós,
sou semente primeira