A lua brilha com esse furor cego
que é sinal inequívoco
de que há chegado o tempo fértil do sacrifício.
Cheira à pele rajada dos tigres,
a orquídea que se abre,
ao húmus que a chuva começa a escurecer.
Em um sonho de rios e serpentes
naufraga a jovem envolta em pranto
e seus seios novos se estremecem
com um tremor antes desconhecido.
A boneca que abraça tem os olhos mortos.
E o anjo da guarda
marca uma cruz com sangue sobre suas coxas brancas.