DAFNE (Simone Teodoro)
Por um tempo
habitei no cerne de uma
estranha palavra
Do meu ventre se ergueu
imponente Sequoia Gigante
Avançou
expandindo os espaços entre
os ossos
rumo aos pulmões
e garganta
Explosão de ramagens nos cabelos
Flores breves
Esboços de vento e pólen
Ao redor
cada despencar de fruto
ocultando podridão
Me tornei alta
e plena de antiguidades
A cortiça
matéria morta que me reveste
o tronco
é o que retém em mim
a umidade
Tanta vida se agitando
por dentro
que definha