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fevereiro 15, 2017

ROMANTISMO
(Cecília Meireles)

Quem tivesse um amor, nesta noite de lua, 
para pensar um belo pensamento 
e pousá-lo no vento! 

Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível - 
para se ver chorando, e gostar de chorar, 
e adormecer de lágrimas e luar! 


Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas, 
partisse por nuvens, dormente e acordado, 
levitando apenas, pelo amor levado.


Quem tivesse um amor, sem dúvida e sem mácula, 
sem antes nem depois: verdade e alegoria. 
Ah! quem tivesse. (Mas, quem teve? Quem teria?)




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