PONTA DOS MEUS DEDOS
(Susana Maurício, in "Delírios Eróticos")
Na ponta dos meus dedos,
em ousados, sofisticados
e atrevidos gestos
tacteio tua pele.
Terna e suavemente,
para tua libido despertar.
Fazer o tudo em nós, acordae
na pureza do Amar.
Como Yin e Yang.
Preto e branco.
Homem e Mulher.
Ao assumir o desejo
que nos consome,
damos celestial cor a nossa vida
que só pode ser divinal.
O Vermelho da tua língua que me percorre.
O Amarelo da chama que se incendeia.
O Verde da floresta, onde nossos corpos
deslizam felizes já em festa.
O Azul do céu, em que livres voamos.
O Branco translúcido da saliva
que nos percorre
tão pura e pecadora, quanto o sentir
do Amor que nos seduz.
Na ponta dos meus dedos,
somos tempo intemporal,
brisa, vento ou vendaval.
Em concha, coesos ficamos
no abraço aberto ao desejo,
e de nossos corpos fazemos
uma natural catedral!
Com a ponta dos meus dedos,
penetro o nosso âmago,
sem temor ou qualquer medo.
Com a Liberdade de quem afaga,
ama, provoca sem ficar quedo,
pois sabe que o amor, não se apaga,
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