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fevereiro 15, 2017

DO AMOR (Manuel Alegre)
Do amor fica sempre uma canção.
Fica um sinal na pele. Fica um sinal.
Do amor fica um sim e fica um não.
Fica o sol e a sombra. Fica o sal.

Do amor fica sempre um coração
a pulsar na memória o tempo breve
de sua chama a arder um só verão.
Do amor fica amor que se não teve.

Fica uma réstea e um rasto de navio.

Do amor o que fica é um passar
que do amor como o tempo é ser um rio
como um rio fluir e assim ficar.

E por isso de amor este arrepio
de se morrer (de se viver) de amar.


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