Seguidores

fevereiro 16, 2017

SEMEADURA (Myriam Fraga)
O limite da luz
é o espaço do salto.
É a casa do sonho,
o caminho de volta,
extravio ou derrota.
O pássaro é este silêncio
cortando como faca.
É a bicada no ventre:
semeadura de mel
nos meus campos molhados.
Oh ! eterno seja o passo
minha pele no teu aço,
ó pássaro, pássaro.
Senhor do sol me arrebata,
ó pássaro,
tuas garras como arado
revolvendo meus pedaços.
Meu corpo de sementeira
na raiz do teu abraço.
Um arco-íris de espigas
no meu seio, meu regaço
como um odre
na esperança de teu vinho,
meu canto no teu cansaço
ó pássaro, pássaro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário