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fevereiro 11, 2017

ODE AOS DIAS LONGOS
(Leda Cartum)
faz tempo era manhã:
anos atrás acordávamos
mas ainda o cheiro fresco
fácil de achar no corpo
do café – ainda o rastro
nítido dos sonhos da noite
funda de ontem –
décadas dentro de um dia
que conforma pelas frestas
fecha a porta da frente
completa uma linha firme
contempla o que formou.

vamos dormir então
deitar nessa cama feita
no princípio dos séculos
estamos cansados
foi um dia longo:
afunda na memória –
antes de adormecer
ao afastar os lençois
diremos ao falso fim:
que a fundação de muitos
seja feita também deste.