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01/05/2025

MARIA AFONSO, in CORPO IRREPETÍVEL

 desce desse filamento astral e vem

velar-me da sede das vertigens
como se os lábios se abrissem à poeira
noctívaga e cedessem às linhas
das minhas mãos
serei o teu vestido a vela
de um corpo feito navio
o fogo ateará a boca das bússolas
e todos os cantares
na penumbra
dos faróis
não vês o mar que arde por entre os
ângulos das palavras?