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julho 20, 2024

De Lília Tavares

 Há mulheres que com lisura se lavam, contornando

ao de leve pequenas ilhas no corpo. Aspiram odores antigos,
cerram os olhos como se por acaso
se perdessem em memórias do lado de lá da pele.
Com lágrimas limpas se expiam nas reentrâncias, conchas
seladas para sempre onde guardam velado o sal das marés.
Nasce nelas um prenúncio de noite. A linfa do corpo
é etérea como o perfume antigo da ternura.