Por muitas estradas que se percorram
No fim, só resta um corredor
Comprido
Com um chão de mármore de sentido único
Numa casa que não é a nossa
Por muitos corpos que se amem
E se tomem de assalto
No fim, só resta um espectro
Demente
Com as calças subidas
Largas
E o cinto apertado fora do lugar
Sem memória
A caminhar para a saída
De costas
A sair de cena
Por muitos lugares e rostos que se leiam
Com as pupilas dilatadas e vorazes
No fim, restam só uns olhos esvaziados
Cansados
Que olham para mim
Ausentes
Sem me reconhecer.