Não domo vontades, nem febres!
Tenho afazeres, azares, palavras para cuidar.
Haja acuidade e ternura para o plantio!
Lavro o terreno ao escuso, ao oriundo, ao ignavo,
Ainda assim, surpreendo-me diante das falências,
Diante do vazio que se instala próspero
Quando me olho ao espelho e vejo desolação,
Maleitas, desavenças agudas, pneumonias.
Espero a ebulição das sementes, aquieto-me.
Recuso-me aos espólios da cegueira, do infortúnio.
Aprofundo-me em especulações sobre mim mesma:
Aconselho-me, aventuro-me aos homens,
navego em peitos de oceanias e queimo-me, recolho-me.
Homenageio a Morte em meus versos de rudeza
Pois já estive com Ela, já bordamos juntas
Em outro poema. Aprecio a sua fidelidade.
Espero a sua visita final para a afinação dos remos.
Há lavas que cobrirão toda a Aldeia,
Mas eu estou aqui e tento a plenitude da Existência.
Sofro do gozo estético! Como uma Entidade,
Refestelo-me com pequenas suítes para piano,
Com a sofisticação das violetas – tão sanguíneas!
A Criação exige-me Inteireza e Coragem
No embate com a voracidades das gentes.
Venho de terras partidas por águas,
São muitos os ilhéus que projetaram
Minha solidão insular, minha verve de magmas.
Estou aqui, nua e exposta ao meu Tempo:
Sou Poeta!